terça-feira, 26 de maio de 2009

Metalinguagem capitalista

Nesse primeiro efetivo post gostaria de ressaltar algo que me soou estranho dias desses, aliás, exagero meu, há algum tempo já me peguei pensando sobre isso...

Quando lá no Ensino Médio - falecido segundo grau- a professora falava sobre a metalinguagem, me deparei com um conceito teoricamente novo e deveras engraçado para mim, na época: Por que crias uma coisa para falar dela mesma?? era o que eu me perguntava, e assim nesses anos que passam eu vi muitos filmes sobre cinema, documentários sobre jornalismo e recentemente tenho visto uma categoria que me chamou a atenção, principalmente pela sua forte presença no mercado: Livros sobre livros. não que seja algo novo. Longe disso: A Bíblia é a primeira a despertar essa febre de escritos para explicar os livros: Títulos como "Decifre a Bíblia", "A Bíblia para leigos", "Códigos da Bíblia" e ETC lotam as gôndolas das livrarias com anúncios em letras garrafais surpreendentemente estão sempre no ápice dos mais vendidos! mas tudo bem, afinal é um clássico: o livro mais lido no mundo. Também ntram nessa categoria as grandes obras do passado, de escritores marcantes e de linguagem rebuscada( Não é qualquer um que lê a Odisséia de Homero em versos ou Dom Quixote em texto integral).

Finalmente no tocante ao que realmente motivou o post é quando esse turbilhão de títulos que surgem e se apoiam sobre bestsellers de momento, tais como o Harry Potter, Quem mexeu no meu queijo e o Código DaVinci. para o qual já vi n interpretações e variações. Como leitora me sinto menosprezada(palavra radical talvez), ou seja, por que eu preciso de dois ou mais livros que me expliquem um? O maior exemplo que vivenciei disso refere-se a obra do Dan Brown - badalado escritor atual e obviamente conhecido por vocês, o qual está prometendo seu próximo livro há uns anos, tendo divulgado apenas o título e algumas migalhas soltas de seu mote. Surpreendentemente(?) outro escritor(?) foi mais rápido que o próprio Dan, publicando um guia para essa vindoura obra: "Guia para a Chave de Salomão" - Chave de Salomão seria o título do livro "original"-. Eu curiosamente estou com o ebook dessa "obra" em meu pc e afirmo que ele soube escolher bem o título, pois suas páginas são repletas de suposições e conceitos externos que podem ser adquiridos com uma rápida visita ao nosso amigo Google. Mas ele já fui muito bem vendido desde seu lançamento.

Vejam: http://www.lendo.org/capa-do-novo-livro-de-dan-brown/

Finalmente, não me atendo a essa obra em específico gostaria de mencionar uma outra modalidade dessa "Metalinguagem Capitalista", um pouco diferente, talvez mereça um outro conceito...que consiste nos livros que viram filmes, ou vice-versa: É incrível como os livros aparecem no mercado apenas quando lançam suas respectivas versões cinematográficas e só assim são reconhecidos e vendidos.

Deixo aqui minha pretenciosa indignação, talvez um pouco exacerbada, com toda essa especulação em cima da cultura. Ler é sempre maravilhoso, mas filtrar o que se lê é indispensável.

Bom, teria mais a dizer, mas fico por aqui para não antipatizar meus prováveis futuros visitantes...faz alguns anos que não escrevo alguma opinião com certo fervor, confesso que fecho o texto satisfeita, ao menos com o meu élan sossegado.

Até a próxima.

Preludium Filosófico(?!)


Bom...é isso ai ... não sei se muita gente vai acompanhar isso aqui..para dizer a verdade não sei se vou me propor muito a escrever e garimpar coisas legais, mas estou disposta a me empenhar...

Aos mais distraídos e aos curiosos, gostaria de justificar meu título para o blog...bom, eu tive um insight dessa frase há um tempo atrás e postei como título no meu fotolog - quando eu ainda postava lá. Na minha concepção ela traduz um pouco daquilo que todo internauta sente ao navegar na net...ou seja, ele está entre os seus impulsos(élan) e a tela do computador (écrã)..talvez hoje eu poderia chamar e generalizar LCD, mas não seria tão poético.

Quanto ao endereço arquicoisas...bom..como arquiteta não poderia fugir dessa vertente, mas também não gostaria de especializar os assuntos...então o prefixo Arqui (do grego arché - importante, grandioso - part da palavra arquitetura) me serve perfeitamente para expressar as coisas que gostaria de ter aqui.